Um verdadeiro tratado sobre a liberdade, o desejo feminino, o casamento e a maternidade, A ingênua libertina foi publicado por Colette em 1909, mas sua leitura em nada nos parece datada ou antiquada. A escritora francesa consegue, com sua protagonista e com uma linguagem lírica e ao mesmo tempo sagaz, fazer um retrato vívido da condição feminina no início do século XX, tantas vezes podada pelas mãos de uma sociedade que exige tudo das mulheres, menos a independência.
Nesta que é uma das obras mais espirituosas de Colette, conhecemos Minne, uma menina atrevida e irreverente que sonha em se juntar a um bando de criminosos de Paris e se aventurar pelo mundo ao lado de um grande amor. Mais tarde, já adulta e casada com um primo, mas frustrada com os rumos que sua vida tomou, ela se lança em casos extraconjugais em busca de prazer e descobertas, embora suas escapadas não saiam exatamente como o esperado. Mas, um dia, tudo parece mudar...
A ingênua libertina é um romance que traz muito da biografia de sua autora, uma personalidade literária peculiar e virtuosa que desafiou as convenções da sua época e que soube ser original e popular, encantando, assim, a França e o mundo.
Author(s): Colette
Series: Clássicos de ouro
Edition: 3ª
Publisher: Nova Fronteira
Year: 2019
Language: Portuguese
Commentary: Título original: L’Ingénue libertine
Pages: 321
City: Rio de Janeiro/RJ
Tags: Ficção francesa - Romance
SOBRE A AUTORA
Nascida na comuna francesa de Saint-Sauveur-en-Puisaye em 1873, Sidonie-Gabrielle Colette foi uma escritora de vanguarda que abordou questões de gênero e discutiu costumes sexuais já na virada para o século XX. Começou a se dedicar à literatura após se casar com um famoso escritor e editor parisiense chamado Henri-Gauthier Villars (conhecido como Willy), tendo enveredado para o mundo intelectual e artístico da capital francesa. Foi Willy quem lançou Colette, embora anonimamente, no mundo das letras, através da publicação, entre 1900 e 1904, da série de romances Claudine . No início da carreira, porém, foi impedida de assinar suas obras pelo marido, que assumiu a autoria no lugar dela. Foi com Diálogos de animais , em 1904, que assinou pela primeira vez com seu nome. Todos os livros escritos após o divórcio de Willy, em 1906, à exceção de Mitsou (1919) e Gigi (1944) versam sobre o fracasso do amor. A ingênua libertina , de 1909, é um romance carregado de lirismo, de amor à liberdade, revelando uma personalidade literária muito peculiar. A vida de Colette marca a intensa luta pela propriedade intelectual das suas obras, o rompimento de tabus sexuais e uma atuação literária não só celebrada pelo público, como respeitada pela crítica, o que lhe rendeu uma nominação ao Prêmio Nobel em 1948. Faleceu seis anos depois, em Paris.