No início… houve um macaco espertalhão que desceu da árvore para comer frutos caídos no chão, mais maduros, logo, mais doces, logo, mais fermentados, isto é, com um leve cheirinho a álcool. Outros macacos se lhe seguiram e, com o aumento das calorias consumidas, foi um passo até que lhes crescesse o cérebro, a coluna se endireitasse e as mãos se libertassem. Mais um passo… e estávamos a ir à ópera.
A teoria que posiciona o álcool na origem da evolução humana justifica a nossa insaciabilidade milenar. É dela que parte o escritor Afonso Cruz para este retrato inusitado da civilização acumuladora, gananciosa e um tanto louca na qual desembocámos. Do macaco original à criação da cerveja, que impulsionou a sedentarização e cativou Jesus Cristo, assistimos ao desenrolar das consequências do consumo de álcool. Da embriaguez à civilização, a nossa história nunca foi contada assim.
Author(s): Afonso Cruz
Edition: 1ª
Publisher: Fundação Francisco Manuel dos Santos
Year: 2019
Language: Portuguese
Pages: 120
City: Lisboa, Portugal
Tags: Literatura portuguesa - Ensaio
O álcool cósmico
O macaco bêbedo ainda não foi à ópera, mas irá
O macaco bêbedo deixa crescer o rabo
O macaco bêbedo dedica-se à agricultura
As mulheres dos macacos bêbedos
A continuação da ressaca do macaco bêbedo
A boa escolha das mulheres
A argumentação de Erasmo aplica-se, com mais propriedade, à embriaguez
O andar do bêbedo
Os que caem
Jesus Cristo bebia cerveja?
Cerveja enquanto matéria filosófica
Resumo para quem não tem paciência de ler o que se disse antes
Apêndice sobre a cerveja