A Guerra dos Cem Anos

Devemos escrever a história de uma guerra? Jean Favier mostra que esse conflito não é apenas um fenômeno em si, mas expressa os movimentos profundos que animam a sociedade medieval: para além das batalhas, onde o destino de um reino às vezes se desenrola em poucas horas, a guerra torna-se um fator determinante na mudança da história, quando o nobre e o clérigo, o burguês e o camponês pensam e se comportam de acordo com essa guerra. A Guerra dos Cem Anos foi o destino comum de indivíduos e grupos humanos, a dos senhores feudais ainda presos em suas lealdades contratuais, a dos oficiais reais descobrindo o serviço do Estado como o concebiam, a dos mestres da Universidade que seus compromissos intelectuais levam a conflitos que não eram deles. Num contraponto surpreendente, Jean Favier põe em jogo os diversos temas denominados nacionalismo nascente, a reforma do Estado ou até mesmo a unidade da Igreja.