Com a publicação do Ensaio sobre a natureza do comércio em geral, de Richard Cantillon, a Editora Segesta dá prosseguimento ao seu projeto de divulgação, em língua portuguesa, dos grandes nomes da Economia Política, esta ciência que acredita residir no trabalho o fundamento da organização social.
Cantillon situa-se entre os precursores da Economia Política porque atribui toda a vida à produção humana. Não há forças sobrenaturais nesta história. Os problemas e suas soluções são, todos, humanos. Mesmo nesta ciência, contudo, nem todos tão radicalmente quanto ele entenderam tão profundamente esta questão. Mas é desta radicalidade que emana o prazer e a importância da leitura do Ensaio. Porque vemos, a cada capítulo e a cada página, emergir em toda a sua complexidade o produto maior da ação humana, isto é, o próprio homem. Acompanhar a linha de montagem numa indústria não nos permitiria ver mais claramente do que em suas páginas que cada produto é a quantidade de terra e trabalho que entram em sua composição. O local em que o homem vive, a comida que come, a bebida que consome, a roupa que veste, o tamanho da casa que habita e a dimensão da sua família, tudo se mensura em terra e trabalho. Assim como os homens se organizam, assim são eles.
Embora Cantillon fosse irlandês de nascimento, o Ensaio, escrito originalmente, em francês, provavelmente em 1720, só foi publicado em 1755, pelo célebre Mirabeau, que acreditava dever suas próprias ideias a esta obra.
O leitor ficará gratamente surpreso com a atualidade do tratamento que Cantillon dá às questões mais candentes da vida. Num estilo simples e acessível ele demonstra, a cada página, que somos nós os responsáveis pela organização da sociedade em que queremos viver. Para tanto, diz ele, é preciso, no entanto, lembrar sempre que se a terra é a mãe, o trabalho é o pai de toda a riqueza social.
Author(s): Richard Cantillon
Series: Raizes do Pensamento Econômico
Edition: 1
Publisher: Editora Segesta
Year: 1755
Language: Portuguese
Pages: 196
City: Curitiba
Apresentação
PRIMEIRA PARTE
Capítulo I: Da riqueza
Capítulo II: Das sociedades de homens
Capítulo III: Das aldeias
Capítulo IV: Dos burgos
Capítulo V: Das cidades
Capítulo VI: Das capitais
Capítulo VII: O trabalhado de um lavrador vale menos do que o de um artesão
Capítulo VIII: Os artesões ganham, uns mais e outros menos, segundo os casos e as diferentes circunstâncias
Capítulo IX: O número de lavradores, artesãos e outros, que trabalham num país, é naturalmente proporcional à necessidade que se tem deles
Capítulo X: O preço e valor intrínseco de uma coisa, em geral, tem como medida a terra e o trabalho que entram na sua produção
Capítulo XI: Da paridade ou relação entre o valor da terra e o valor do trabalho
Capítulo XII: Todas as ordens e todos os homens de um estado subsistem ou enriquecem às expensas dos proprietários de terra
Capítulo XIII: A circulação e a troca de gêneros e mercadorias, assim como sua produção são conduzidas na Europa por empresário de modo fortuito
Capítulo XIV: Os caprichos e os hábitos de vida do príncipe e, sobretudo, dos proprietários de terra, determinam o uso que se dá às terras de um país e provocam, no mercado, variações no preço de todas as coisas
Capítulo XV: O aumento e a diminuição da população de um país dependem principalmente da vontade e dos hábitos dos proprietários de terra
Capítulo XVI: Quanto mais trabalho houver numa nação, mais esta nação é considerada naturalmente rica
Capítulo XVII: Dos metais e das moedas, particularmente o ouro e a prata
SEGUNDA PARTE
Capítulo I: Da troca
Capítulo II: Dos preços de mercado
Capítulo III: Da circulação do dinheiro
Capítulo IV: Outra reflexão sobre a rapidez ou lentidão da circulação do dinheiro na troca
Capítulo V: Sobre a desigualdade da circulação de dinheiro vivo num país
Capítulo VI: Do aumento e diminuição da quantidade de dinheiro vivo num país
Capítulo VII: Continuação da mesma questão: do aumento e diminuição da quantidade de dinheiro efetivo num país
Capítulo VIII: Outra reflexão sobre o aumento e diminuição da quantidade de dinheiro efetivo num país
Capítulo IX: Dos juros do dinheiro e de suas causas
Capítulo X: Causas do aumento e da diminuição dos juros do dinheiro
TERCEIRA PARTE
Capítulo I: Do comércio exterior
Capítulo II: Do câmbio e sua natureza
Capítulo III: Outros esclarecimentos para o conhecimento da natureza do câmbio
Capítulo IV: Variações na proporção dos valores em relaçao aos metais que servem de moeda
Capítulo V: Do aumento e diminuição do valor nominal das moedas
Capítulo VI: Dos bancos e do crédito
Capítulo VII: Outros esclarecimentos e considerações sobre a utilidade de um banco nacional
Capítulo VIII: Refinamentos do crédito dos bancos gerais
Índice remissivo