Moradia inacessível, salários precários, saúde pública, mudanças climáticas não são temas comuns no debate público feminista. Mas não seriam essas as questões que mais afetam a esmagadora maioria das mulheres em todo o mundo? Inspiradas pela erupção global de uma nova primavera feminista, Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser, organizadoras da Greve Internacional das Mulheres (Dia sem mulher), lançam um manifesto potente sobre a necessidade de um feminismo anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóbico e indissociável da perspectiva ecológica do bem viver. Feminismo para os 99% é sobre um feminismo urgente, que não se contenta com a representatividade das mulheres nos altos escalões das corporações.
O Manifesto feminista faz parte de um movimento global e será lançado no 8 de Março de 2019 em diversos países, como Itália, França, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina e Suécia.
Cinzia Arruzza é professora associada de filosofia na New School for Social Research, na cidade de Nova York. Ela é autora de Dangerous Liaisons: The Marriages and Divorces of Marxism and Feminism (Merlin Press, 2013) e de A Wolf in the City: Tyranny and the Tyrant in Plato’s Republic (OUP, 2018). Foi uma das principais organizadoras da Greve Internacional das Mulheres nos Estados Unidos e integra o coletivo editorial da Viewpoint Magazine.
Tithi Bhattacharya é professora associada e diretora de estudos globais na Universidade de Purdue (Indiana, Estados Unidos). Ela é autora de The Sentinels of Culture: Class, Education, and the Colonial Intellectual in Bengal (OUP, 2005) e editora de Mapping Social Reproduction Theory (Pluto Press, 2017). Foi uma das principais organizadoras da Greve Internacional das Mulheres nos Estados Unidos e integra o coletivo editorial da Viewpoint Magazine.
Nancy Fraser é professora de filosofia e política na cadeira Henry and Louise A. Loeb da New School for Social Research, na cidade de Nova York. Ela é autora, entre outros, de Fortunes of Feminism: From State-Managed Capitalism to Neoliberal Crisis (Verso, 2013) e Capitalism: A Conversation in Critical Theory (Polity, 2018), escrito com Rahel Jaeggi, que será publicado pela Boitempo em 2019. Grande apoiadora da Greve Internacional das Mulheres, cunhou a frase “feminismo para os 99%”.
Author(s): Cinzia Arruzza;Tithi Bhattacharya; Nancy Fraser
Edition: 1ª
Publisher: Boitempo Editorial
Year: 2019
Language: Portuguese
Commentary: Título original: Feminismo for the 99%: a manifesto
Pages: 175
City: São Paulo/SP
Tags: 1. Feminismo. 2. Mulheres - História. 3. Mulheres - Condições sociais - História.
Sumário
Prefácio à edição brasileira Talíria Petrone
Encruzilhada
Tese 1: Uma nova onda feminista está reinventando a greve.
Tese 2: O feminismo liberal está falido. É hora de superá-lo.
Tese 3: Precisamos de um feminismo anticapitalista – um feminismo para os 99%.
Tese 4: Vivemos uma crise da sociedade como um todo – e sua causa originária é o capitalismo.
Tese 5: A opressão de gênero nas sociedades capitalistas está enraizada na subordinação da reprodução social à produção que visa ao lucro. Queremos subverter as coisas na direção certa.
Tese 6: A violência de gênero assume muitas formas, sempre enredadas nas relações sociais capitalistas. Prometemos combater todas elas.
Tese 7: O capitalismo tenta regular a sexualidade. Nós queremos libertá-la.
Tese 8: O capitalismo nasceu da violência racista e colonial. O feminismo para os 99% é antirracista e anti-imperialista.
Tese 9: Lutando para reverter a destruição da Terra pelo capital, o feminismo para os 99% é ecossocialista.
Tese 10: O capitalismo é incompatível com a verdadeira democracia e a paz. Nossa resposta é o internacionalismo feminista.
Tese 11: O feminismo para os 99% convoca todos os movimentos radicais a se unir em uma insurgência anticapitalista comum.
Posfácio
Começando pelo meio
Conceituando novamente o capitalismo e suas crises
O que é reprodução social?
Crise da reprodução social
A política do feminismo para os 99%
Sobre as autoras