Quando discutimos as possibilidades e os limites de uma “teoria crítica dos sistemas”, pensamos na mobilização do potente arsenal teórico sistêmico – especialmente aquele construído e lapidado por Niklas Luhmann – para além de suas pretensões originais, mas também fugindo à menção meramente ornamental de seus conceitos. Na prateleira da teoria social, dispomos de amplo leque de opções, de artefatos modelados como obras fechadas em seu horizonte cognitivo. Há os vasos de Marx, de Adorno, de Luhmann, de Habermas, de Foucault, de Unger... e outros tantos. O time aqui reunido arrisca-se a jogar esses vasos no chão, quebrando-os. Entretanto, observando esses gestos iconoclastas, vem à mente o comentário de Henri Focillon sobre a arte oriental: “longe de se dissimularem por uma restauração ilusória as fissuras de uma peça de cerâmica quebrada, sublinham-se com um filete de ouro seus elegantes percursos.”
Author(s): Lucas Fucci Amato; Marco Antonio Loschiavo Leme de Barros (Orgs.)
Series: Ciências Jurídicas & Sociais 65
Publisher: Editora Fi
Year: 2018
Language: Brazilian Portuguese
Pages: 430
City: São Paulo
Sumário
Prefácio........................................................................................................ 11
Apresentação ...............................................................................................15
Há uma teoria crítica dos sistemas?
Parte I
Crítica
1....................................................................................................................37
Crítica sem crise: teoria dos sistemas como sociologia crítica
2...................................................................................................................55
Os sentidos da crítica em Niklas Luhmann
3 ................................................................................................................. 101
A teoria dos sistemas como semântica “crítica”: materialismo pós-estruturalista como método para uma teoria reflexiva da sociedade
4.................................................................................................................139
Ocasionar da crítica: capitalismo como ecologia sistêmico-destrutiva e a imunização poético-erótica do direito
Parte II
Teoria social
5 .................................................................................................................177
Capitalismo e diferenciação funcional: Rupturas e continuidades entre Marx e Luhmann
6................................................................................................................ 205
Adorno e Luhmann: algumas afinidades eletivas
7 .................................................................................................................221
História e arquivo, evolução e memória: o retrocesso social dos direitos fundamentais e da democracia a partir de Michel Foucault e Niklas Luhmann
8................................................................................................................ 243
Luhmann e Mangabeira Unger: da crítica social ao construtivismo jurídico
Parte III
Direito
9.................................................................................................................281
Um novo programa para o direito? Uma visão a partir da história da teoria das ciências humanas
10 ...............................................................................................................321
Uma proposta alternativa de modelização sistêmica para a análise crítica da regulação jurídica: a perspectiva de André-Jean Arnaud
11................................................................................................................361
Uma teoria crítica dos regimes transnacionais: gerencialismo submisso e a busca por um poder destituinte
12............................................................................................................... 395
Trivializando máquinas não triviais: por um aporte cibernético dos distúrbios sistêmicos – o caso da alienação do sistema jurídico