A necessidade de desenvolvimento de novas matérias-primas renováveis para a química, em substituição ao petróleo, tem se mostrado como um desafioo estratégico para o século XXI. Neste contexto, o uso dos diferentes tipos de biomassa vegetal - amilácea, lignocelulósica, oleaginosa e sacarídea - pode se consolidar tanto como uma alternativa de uso de matérias-primas mais baratas e menos poluentes, bem como um modelo de agregação de valor econômico às cadeias agroindustriais, como as da soja, cana-de-açúcar, milho, florestas, entre outras. Tais linhas de ação poderão, sobretudo, contribuir para a sustentabilidade dos processos de produção de diferentes tipos de produtos químicos orgânicos, desde detergentes a fármacos, os quais são de largo uso na atualidade. A química verde surge como uma nova filosofia dentro das ciências químicas para quebrar velhos paradigmas, como a grande geração de resíduos e o uso intensivo de petroquímicos, através de uma visão holística dos processos em laboratórios e em indústrias. Tal visão, descrita em 12 princípios, busca revigorar a química por meio da redução da geração de resíduos, economia atômica e energética, e uso de matérias-primas renováveis, entre outras considerações de grande relevância. Esta publicação trata do potencial técnico-econômico da utilização da biomassa como matéria-prima para a química, a partir da visão da química verde, mostrando um cenário relacionado com as perspectivas e os desafios para o desenvolvimento de uma química renovável brasileira.
Author(s): S. Vaz Junior
Year: 2013