O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo

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Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para obtenção do Grau de Mestre em Sociologia. RESUMO Este trabalho pretende fornecer elementos para uma teoria do jornalismo, entendido este como uma forma social de conhecimento, historicamente condicionada pelo desenvolvimento do capitalismo, mas dotada de potencialidades que ultrapassam a mera funcionalidade a esse modo de produção. O jornalismo que tratamos aqui, portanto, não é uma atividade ligada exclusivamente ao jornal, embora tenha sido tipificado pelos diários que nasceram a partir da segunda metade do século passado, já com características empresariais e voltados para a diversificação crescente das informações. O enfoque teórico, situado na perspectiva da dialética marxista, esta alicerçada nas categorias do "singular", "particular" e "universal" - noções de larga tradição no pensamento filosófico, especialmente na filosofia clássica alemã - que atingiram sua plena riqueza de determinações lógicas no pensamento de Hegel, apesar de inseridas dentro de seu sistema idealista. Sob a inspiração da estética de Lukács, que definiu a arte como uma forma de conhecimento cristalizada no "particular" (tipico), o jornalismo é caracterizado como uma forma de conhecimento centrada no "singular". Uma forma de conhecimento que surge, objetivamente, com base na indústria moderna, mas se torna indispensável ao aprofundamento da relação entre o individuo e o gênero nas condições da sociedade moderna. Assim, a proposta de um "jornalismo informativo", ideologicamente anti-burguês, transforma-se numa possibilidade política efetiva. Inicialmente, são criticados alguns pressupostos do funcionalismo que estão subjacentes ao tratamento pragmático que normalmente é dado ao problema das técnicas jornalísticas e, igualmente, à questão da "objetividade e imparcialidade" da informação. Incluída na mesma linhagem teórica do funcionalismo, a chamada Teoria Geral dos Sistemas é criticada como inadequada para a abordagem crítica da comunicação humana em geral e do jornalismo em particular, à medida que reduz a ontologia do ser social às propriedades sistêmicas indicadas pela cibernética. A "Escola de Frakfurt", que nos legou uma importante herança teórica de critica da cultura, da comunicação e da ideologia no capitalismo desenvolvido, é denunciada em sua unilateralidade ao abordar tais questões exclusivamente sob o ângulo da manipulação. Nessa perspectiva, são discutidas idéias do jovem Habermas a respeito do jornalismo e algumas posições de autores contemporâneos situados nessa tradição. A seguir, uma corrente que se pretende marxista, chamada por nós de "reducionismo ideológico" - que trabalha com as premissas naturalistas do stalinismo -, é analisada em seu caráter manipulatório e consequências a-éticas no terreno politico. Os últimos capítulos, com base nos pressupostos formulados, propõem uma rediscussão dos conceitos de lead, notícia e reportagem, assim como uma revisão do significado da "pirâmide invertida". Finalmente, numa abordagem das relações do jornalismo com a sociedade capitalista e, mais amplamente, com a perspectiva histórica de uma sociedade sem classes, são indicadas suas potencialidades socializantes e humanizadoras.

Author(s): Adelmo Genro Filho
Edition: única
Publisher: PPGCS/UFSC
Year: 1987

Language: Portuguese
Pages: 266
City: Florianópolis

INDICE
Pág.
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. i
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. iv
INDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. v
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. vii
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ix
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ._ 1
CAPITULO I
O FUNCIONALISMO E A COMUNICAÇÃO: CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES. 16
CAPITULO II
DO PRAGMATISMO JORNALISTICO AO FUNCIONALISMO ESPONTÂNEO .... 27
CAPITULO III
O JORNALISMO COMO FORMA DE CONHECIMENTO: OS LIMITES DA VISÃO
FUNCIONALISTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 44
CAPITULO IV
DO FUNCIONALISMO Ã TEORIA GERAL DOS SISTEMAS . . . . . . . . . . . . . .. 64
CAPITULO V
A TRADIÇÃO DE"FRANKFURT" E A EXTINÇÃO DO JORNALISMO . . . . . . .. 91
CAPITULO VI .
JORNALISMO COMO IDEOLOGIA: O REDUCIONISMO COMO MÉTODO ...... 151
CAPITULO VII
O SINGULAR COMO CATEGORIA CENTRAL DA TEORIA DO JORNALISMO .. 171
CAPITULO VIII
CAPITALISMO E JORNALISMO: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ..... 185
CAPITULO IX
O SEGREDO DA PIRÂMIDE OU A ESSÊNCIA DO JORNALISMO . . . . . . . . .. 208
CAPITULO X
JORNALISMO E COMUNISMO: CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . .. 233
BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .; 258