O livro que até mesmo o politicamente incorreto considerou imprudente. Na contramão da análise convencional da literatura brasileira, Martim Vasques da Cunha ousa ao escrever o que estremeceu até mesmo o politicamente incorreto: em A poeira da glória, ele desmonta as teses sustentadas pela repetição da crítica, rechaça o estilo que falseia a sensibilidade moral e recoloca as ideias no lugar ao apontar como e quando a ideologia política envenenou a imaginação artística. Aos que pensavam que a crítica cultural no Brasil – mais que a simplesmente literária – havia encontrado "o fim da história" em Antonio Candido e seus discípulos, uma imensa surpresa: Martim recoloca todas as peças no tabuleiro, inclusive a de Candido. Dono de um texto que convence o leitor por nocaute de argumentos, o ensaísta mostra em detalhes como o país foi brutalizado pela paranoia e mistificação a respeito de si mesmo, de tal maneira que se transformou em um grande "Carandiru intelectual", o paraíso distópico onde a realidade brasileira gira em falso.
Author(s): Martim Vasques da Cunha
Edition: 1ª
Publisher: Record
Year: 2015
Language: Portuguese
Pages: 1213
City: Rio de Janeiro/RJ
Tags: 1. Literatura brasileira - História e crítica. 2. Ensaios brasileiros.
SUMÁRIO
Prefácio: Uma história da literatura para restaurar nossa cultura, por Bruno Garschagen
In partibus infidelium [No território de infiéis]
Entre dissimulados e degenerados
(ou: A deformação das almas)
Uma poética da dissimulação
A prisão perpétua
A vertigem das palavras
À beira do abismo
O baile das sombras
A astúcia pela astúcia
Um sorriso repleto de garras
Bolhas transitórias
O pesadelo do paradoxo
(Euclides da Cunha & Lima Barreto)
O soldado adormecido
Uma pressão dos infernos
Três princípios em conflito
A casca das palavras
O heroísmo do adjetivo
Visões do deserto
A impotência da inteligência
Onde você encontrará um homem íntegro?
As esfinges
O charuto impagável
A desordem de outrora
Estrelas indecifráveis
Sementes do desterro
(Sérgio Buarque de Holanda & Cecília Meireles)
O exorcismo do passado
O tempo da navegação
O abismo da identidade nacional
Uma conspiração literária
O sentido da nossa História
A inconfidência dos ressentidos
Um erro nada cordial
O governo dos mortos
O paraíso do estilo
A nobre derrota
“Os velhos e os incapazes”
A reviravolta definitiva
Crônica de uma morte anunciada
(Os “ventos da destruição” do Modernismo Brasileiro)
O Deus selvagem
Siga o líder?
Faz o que quiseres
A grande mentira
Encontre a sua criança interior
As máscaras da nêmesis
A liberdade de um bom retiro
O Estado em que nós estamos
“Não pegam, não pegam, não pegam”
A armadilha
Por que não me escutam?
Como vamos?
A invasão do abismo
(Nelson Rodrigues & Antonio Candido)
A literatura do trauma
O boi assado
Como recusar um filé de fígado acebolado
Nos labirintos do poder
A dança das marionetes
O domínio dos interesses
Nem o canalha é solidário no câncer
Sob o domínio do ódio
A excitação do abismo
O duplo que não quer ser ouvido
Um funcionário da ideologia
O ódio organizado
Vidas em segredo
(João Guimarães Rosa & Otto Lara Resende)
O monolito
Complexo de Jonas
Um romance total
O segredo da via-crúcis
O julgamento do avesso
A inocência à revelia
O grande palácio
As miudezas da liberdade
A língua impossível
Os órfãos da democracia
O caldo da renúncia
Pirâmides e biscoitos
O Carandiru intelectual
(ou: Entre o leão e o unicórnio)
Quem vai me matar primeiro?
A democracia não é um biscoito Negresco
Uma lavoura macabra
A imaginação do desastre
Você é uma vítima de lavagem cerebral — ou ninguém te contou?
O saber que não salva nem a sua santa mãezinha
Um viva ao Povo Brasileiro?
Profissão: invejoso
Todos querem ser escritores
Língua portuguesa: essa f.d.p.
Cada um na sua gaiola
“É a literatura, seu estúpido!”
O príncipe dos sonâmbulos
O batismo dos incautos
Você não quer ser a propriedade de si mesmo?
As tocaias da liberdade
Nota do autor e agradecimentos
Notas