Originalmente publicado em 1971, Poliarquia resistiu ao tempo. O livro não envelheceu e é tão atual e fundamental hoje quanto o foi no momento de sua publicação. Trata-se de um fato raro para uma área de estudos sujeita a tantos modismos e em que as perguntas feitas ontem parecem fora de lugar no mundo de hoje. Contam-se nos dedos os livros que resistiram tão bem ao tempo. Por isso, Poliarquia é um clássico da ciência política.
Talvez não seja exagerado afirmar que se trata de referência obrigatória para quem quer que venha a se colocar a questão com a qual Dahl abre o seu livro, qual seja, explicar por que somente alguns poucos países tenham vivido longos períodos sob regimes democráticos. Quais as diferenças entre, digamos, a Inglaterra e a Alemanha? Ou, então, para citarmos um exemplo mais próximo, entre a Costa Rica e o Brasil? Por que os dois primeiros países destes pares de comparação apresentam estabilidade democrática enquanto os dois últimos experimentaram interregnos autoritários?
A pergunta lançada por Dahl não é resolvida pela evocação de características constantes e imutáveis. A experiência política está longe de ser invariante ou estática. Ao nazismo seguiu-se um período de estabilidade democrática. O Brasil, por seu turno, ensaia seu segundo experimento democrático e é preciso que saibamos o que explicou nosso insucesso no passado para não repeti-lo.
Na verdade, aqueles interessados em explicar a variação dos regimes políticos no tempo e no espaço, estarão mais bem avisados se iniciarem seus estudos pela leitura de Poliarquia. Senão por outro motivo, pelo simples fato de Dahl passar em revista as principais teses e explicações encontradas na literatura. Não se poderia pedir melhor introdução ao tema.
Poliarquia, no entanto, é bem mais que um estudo comparado sobre a sorte da democracia. Com o rigor e a clareza que lhe são característicos, o livro contém uma das mais importantes contribuições para a teoria democrática feitas no pós-guerra. Dificilmente o leitor duvidará desta afirmação já ao terminar a leitura do primeiro capítulo.
Author(s): Poliarquia: Participação e Oposição
Edition: 1ª edição
Publisher: EdUSP
Year: 1997 (1ª,1971)
Language: Portuguese
Pages: 239
City: São Paulo
Capa e contracapa
Folha de rosto
Dedicatória
Sumário
Prefácio
Agradecimentos
1. DEMOCRATIZAÇÃO E OPOSIÇÃO PÚBLICA
2. QUAL A IMPORTÂNCIA DA POLIARQUIA?
3. SEQÜÊNCIAS HISTÓRICAS
4. A ORDEM SOCIOECONÔMICA: CONCENTRAÇÃO OU DISPERSÃO?
5. A ORDEM SOCIOECONÔMICA: NÍVEL DEDESENVOLVIMENTO
6. IGUALDADES E DESIGUALDADES
7. SUBCULTURAS, PADRÕES DE CLIVAGEM E EFICÁCIA GOVERNAMENTAL
8. AS CRENÇAS DE ATIVISTAS POLÍTICOS
9. CONTROLE ESTRANGEIRO
10. A TEORIA: RESUMO E QUALIFICAÇÕES
11. PÓS-ESCRITO: ALGUMAS IMPLICAÇÕES PARA ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA
APÊNDICES
APÊNDICE A
APÊNDICE B
ÍNDICE REMISSIVO
Coleção "Clássicos" da EdUSP
Colofão