Homo biologicus: Como a biologia explica a natureza humana

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A revolução está na biologia. Agora, ela pode explicar quem — e por que — somos quem acreditamos ser: nossa subjetividade, nossa personalidade, nossas visões de mundo. Desde o surgimento do Homo sapiens na árvore evolutiva dos grandes primatas e a revolução cognitiva sem paralelo que isso representou há cinquenta mil anos, a capacidade de nossa espécie de entender e modificar o ambiente parece ilimitada. Contudo, o mistério da natureza humana permanece insondável. Aquilo que realmente somos e o que nos move desafiam a racionalidade. Homo biologicus oferece uma nova perspectiva da natureza humana baseada nas descobertas da biologia no último século, que muitas vezes passaram despercebidas porque não parecem relevantes se tomadas isoladamente. Apenas quando elas são conectadas e vistas como um todo, , como neste livro, suas implicações revolucionárias são reveladas. A biologia é como nós, multipotente, sempre variável, continuamente redefinida pela experiência mais sutil. Agora pode explicar não apenas o como, mas também o porquê do homem: por que buscamos a liberdade e ao mesmo tempo a ordem; por que somos a espécie mais fútil, mas pensamos ser superiores a todas as outras; por que, em vez de avançar, andamos em círculos, oscilando entre visões opostas da realidade: democracia ou totalitarismo, espiritualidade ou materialismo, equilíbrio ou excesso. Homo biologicus nos permite finalmente entender por que fazemos o que fazemos e encontrar soluções imprevistas para muitos desafios da civilização humana: de extremismos ideológicos à crise energética, das epidemias de obesidade à guerra contra as drogas. Na contramão de todas as expectativas, é a biologia que pode finalmente dar sentido universal à vida e iniciar uma nova conversa sobre o futuro de nossa espécie. Sobre o Autor Pier Vincenzo Piazza é um médico especializado em psiquiatria e diretor de pesquisa no Instituto Nacional de Pesquisa Médica da França ― INSERM. Seu trabalho sobre as bases neurofisiológicas da toxicodependência e da psicopatologia é inovador e revolucionou essas áreas de estudo. É reconhecido pelo rigor experimental e como um visionário na área da ciência. Em 2015, foi laureado com o Grand Prix de Neurologie pela Académie des Sciences.

Author(s): Pier Vincenzo Piazza
Edition:
Publisher: Bertrand Brasil
Year: 2021

Language: Portuguese
Commentary: Título original: Homo biologicus
Pages: 656
City: Rio de Janeiro/RJ
Tags: 1. Biologia – Filosofia. 2. Evolução humana.

Sumário


Prólogo — Tudo mudou, mas nada é realmente diferente
I. A MATÉRIA
1. A lenda de um humano imaterial
A fé na alma
A alma das religiões, ou a Ferrari para todos
A alma da impaciência
Sem fé nem alma
Por que acreditar na alma e não em extraterrestres?
A datação da mente
A questão é saber se a água e o gelo estão na mesma dimensão
A alma do senso comum
Da biologia sem alma à alma da biologia
2. A biologia, tal como a natureza humana, é extremamente volátil
Uma mente inapreensível
O genoma é um instrumento musical polivalente
As proteínas são notas polifônicas
O que determina a polifonia das proteínas
Células do tamanho de metrópoles
Órgãos do tamanho de planetas
Indivíduos tão diferentes entre si quanto as estrelas
Histórias numerosas como as galáxias
3. A biologia, tal como a mente, alimenta-se do ambiente
Vivências que falam à mente
As vicissitudes da existência modelam o cérebro
Acaso ou necessidade?
Como as vivências ficam gravadas em nossos neurônios
A física transforma-se em biologia
As sinapses modificam o cérebro
As vivências produzem efeitos sobre toda a nossa biologia
O segredo é a escala correta
Como passar do corpo do peixe ao nosso
Viver em estresse permanente
Que estresse, para quem e quando?
Hormônios esteroides, regentes da orquestra do estresse
Na selva do estresse, a dopamina é o batedor
É sempre uma questão de equilíbrio
Um estresse para a alma ou a alma do estresse
Um esquecimento impossível
Noites sem sono
Brincar de sentir medo
Calmas demais essas férias
Quando nada mais resta além da droga
Nossa biologia tem fome de experiências que deixem marcas indeléveis
II. ASPIRAÇÕES
4. O objetivo da biologia é a liberdade
A liberdade no cerne das aspirações humanas
Ser livre, sim, mas para fazer o quê?
A liberdade dos antigos a serviço da natureza humana
A liberdade dos cristãos a serviço de Deus
A liberdade do homem moderno a serviço do entretenimento
Todos escravos da termodinâmica
De uma energia imperecível a uma desordem inelutável
A luta da vida contra a escravidão da entropia
Uma máquina de baixa entropia precisa produzir muita entropia
A biologia nos liberta da escravidão da entropia
Ar, água e alimento
Respirar sem sentir que é preciso
Tomar água só quando é preciso
Comer sempre para ter prazer
No fim das contas, trata-se apenas de homeostase
Da alegria de viver a viver para a alegria
Uma biologia livre que nos torna fúteis
5. A biologia produz dois modos de ser no mundo
O prazer e a felicidade desenham duas civilizações diferentes
Biologia do espiritualismo e do materialismo
O conservadorismo e o progressismo também têm origem biológica
Homo exostaticus e Homo endostaticus, irmãos inimigos
E se o Homo interstaticus finalmente se erguesse?
Descer para a matéria acaba por nos elevar
6. A biologia dá sentido à vida
Vida: um catalisador de identidade
Um homem sempre único
Únicos, sim; superiores, talvez
III. OS EXCESSOS
7. Normas, normalidade, vícios e doenças
Normas e normalidade
Vícios: comportamentos desequilibrados infelizmente normais
Doenças: comportamentos normais completamente desequilibrados
Neurologia e psiquiatria entre excesso e insuficiência
Quando o excesso se torna doença
Entre doença e vício, o câncer psicossocial das dependências
8. Obesidade: um cérebro doente de seu ambiente
Engordamos porque somos inteligentes demais
Por que nem todo mundo é obeso?
Acumular gordura é um programa biológico refinado
Cada vez mais obeso: é normal não saber parar
Gordo e feliz? A resiliência do excesso
E se desenvolvêssemos regimes ajustados às necessidades de cada um?
Obesidade, uma doença nada igual às outras
9. Toxicomania: um cérebro cada vez mais doente
Toxicomania, câncer psicossocial
Por que quase todo mundo usa drogas?
Nicotina, opioides e canabinoides substituem os neurotransmissores
Os psicoestimulantes e o álcool aumentam a atividade dos neurotransmissores
Um efeito atrativo comum
Por que deveríamos evitar as drogas?
Todas as drogas exageram
Cada droga com seus efeitos tóxicos
Tabaco
Álcool
Psicoestimulantes: cocaína, ecstasy e anfetaminas
Opioides: heroína, sucedâneos e analgésicos
Cânabis, Spice e K2
Prazer para uns, vício para outros
Drogas legais e ilegais: como e por quê?
Como alguém se torna toxicômano?
Como os médicos reconhecem a dependência
Como reconhecer a dependência quando não se é médico
Para tornar tudo mais claro: necessidade, desejo e prazer não definem dependência
A dependência pouco mais é que um comportamento irreprimível
As modificações do cérebro que levam à toxicomania
A longa marcha da vulnerabilidade às drogas
Perda de plasticidade e vontade
A toxicomania é uma verdadeira doença do comportamento
Como combater a toxicomania?
Adaptar as abordagens da sociedade à realidade
Bastaria abordar a toxicomania como as outras doenças
Epílogo — Nada mudou de fato, mas tudo está diferente
Pequeno guia de biologia
Para os intrépidos que queiram navegar pelos meandros da ciência
Regulação da concentração de sal
Regulação do volume sanguíneo
Regulação endostática
Regulação exostática
Referências bibliográficas
Agradecimentos